quinta-feira, 24 de março de 2016

linguagens...

As linguagens

Tudo seria um ermo,
entre os seres viventes,
sem o dom da linguagem.

Rutilantes se pavoneiam as papoilas,
bailando ao vento
e como deliciam nossos olhos.

Transmitem alegria os gritos e as gargalhadas das crianças,
nas inesgotáveis brincadeiras,
dando esperança a quem passa.

As desprendidas excursões a pé,
ora subindo ora descendo,
as encostas e os vales,
sorvendo o ar e a luz do céu,
que nos suaviza o caminhar,
mesmo que se queixem de cansaço
as nossas pernas.
Enchem-nos de força e vontade de viver.

Contemplar os rios a correr,
ora em fúria, ora brandos,
através dos leitos que rasgaram.
Nos despertam as ganas de lutar e fugir à letargia.

E as voltas incessantes
dos bailados
que descrevem pelo ar em festa,
a passarada
fazem-nos esquecer o chão
com suas asperezas,
e alcançar a doçura da vertigem das alturas.

E a viagem imparável do rodar da natureza,
em fulgorosas cavalgadas,
quer chova neve
ou faça sol.
Como a dizer que nossa vida é um fluir,
em constante mudança de cores.

E a corrente das amizades
que vão surgindo,
pelos caminhos,
qualquer que seja a nossa sorte.
Como archotes a arder
que aquecem e iluminam.

É o esplendor do encanto
de tanta forma de linguagem
que foi posto ao nosso dispor...

ouvindo Plácido Domingo e outros...

o sol já brilha alto

Berlin, 24 de Maio de 2015
6h47m
Joaquim Luís Mendes Gomes

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