quinta-feira, 10 de março de 2016

poema do fim do mund...

Poema do fim do mundo…
Estava cheia de floreiras a minha varanda.
Parecia um jardim.
Tantas cores garridas
de borboletas, colibris,
De todos os tons.
Eu a cuidava cada dia, carinhoso,
Com muito asseio.
De manhã e à noitinha.
Uma devoção.
Me esperavam bailarinas, sorridentes.
Pareciam infantis.
Eram vaidosas.
Minha janela era uma escala a quem passava frente a ela.
Foi em Agosto radioso, estival.
O dia festivo da Assunção.
Iam cheios os caminhos e as estradas.
De peregrinos.
Eu fui um deles.
Era a festa, tão esperada, lá na Santinha.
Era imperdível.
Tantas tendas, com tudo à venda,
Um arraial.
Havia sol.
Muita alegria.
Um dia lindo.
Bem promissor.
Duma grande noitada.
De repente, tudo mudou.
Toldou-se o céu.
Ficou pardacento.
Uma invasão tremenda
De nuvens negras,
Vindas do mar.
De tempestade.
Uma ventania,
Impiedosa e inclemente,
Tudo varreu.
Com trovoada.
Muito granizo.
Tudo esgaçou.
O fim do mundo!
Tudo levou.
…Até as floreiras da minha varanda.
Quase chorei.
Mafra, 10 de Março de 2016
7h40m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes

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