sábado, 4 de abril de 2020

Um naco de queijo


Um naco de queijo
 
Ando nesta vida há dezenas de anos.
Não encontrei ninguém que fique indiferente a um naco de queijo.
De vaca ou de cabra.
Aquele sabor a leite.
Nascido das tetas.
Gerado de amor.
Enriquecido de sal,
fermento fatal,
alimento real,
no olimpo dos deuses.
Um naco de broa.
Um pingo de mel,
Um copo de tinto,
À sombra do sol
ou numa noite de inverno.
Que ânsias me dá lembrar os serões
de madrugadas passadas.
Me vem à lembrança.
A paz e sossego.
Dum pastor na montanha.
Um cantil de vinhaça.
Um pedaço de pão
e um naco de queijo,
farnel sem preço,
servido ao luar.
Ouvindo esta poetisa fulgurante e imortal
 
Mafra, 4 de Abril de 2020
15h5m
Jlmg

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