domingo, 19 de abril de 2020

Não vi pitada de gente



Não vi pitada de gente
Não vi pitada de gente na minha caminhada habitual.
Só as duas pombas e um par de melros, inseparáveis.
Que irá na cabeça deles sobre os mortais?
Tão mexidos e abusadores demais.
Janelas fechadas. Jardins desertos.
Cães calados nas suas jaulas.
Que é dos donos?
Os carros parados às moscas.
Das sineiras opulentas do Convento não caem badaladas.
Grades da igreja cerradas.
Onde andará o arcipreste?
Que é feito dos turistas e seus telemóveis a fazerem de fotógrafos descartados?
As cadeiras e as mesas das esplanadas cumprem penas algemadas.
Se não é da guerra, está tudo maluco pela certa.
Pela Tapada imensa, pastam os cavalos indiferentes, sem máscaras…
Mafra, 19 de Abril de 2020
16h56m
Jlmg

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