terça-feira, 21 de abril de 2020

Barrancos, barrocas e pedreiras descarnadas


Barrancos, barrocas e pedreiras descarnadas

Escorrem as chuvas destemidas sobre os barrancos.
Desnudando o cascalho. Pondo a nú e ao sol a areia seca.
Fulminam os raios que o inferno pariu.
Calem-se todos os sábios. Desertas fiquem as cátedras.
Calem-se os arrogantes e sabichões que nunca estudaram na vida.
Fiquem quedos esses comparsas da maldição.
Gelem os penedos das desgraças.
Rolem as bolas de rochedos prenhes de água pura e fresca.
Venham lestas as tardes calmas dos estios.
Quero ouvir o suão a navegar no mar, pelo Algarve acima.
Nunca calem as vozes quentes dos alentejanos ceifando as searas para cozerem pão.
Oxalá reverdeçam verdes na primavera túrgida…
Ouvindo o imortal Pedro Barroso
Mafra, 21 de Abril de 2020
15h21m
Jlmg

Sem comentários:

Enviar um comentário