Pecador de fim de semana
Sou pecador de fim de semana.
Amarro meu barco à cama e durmo, durmo.
Desligo a corrente.
Não penso na vida.
Finjo-me morto.
Me agarro a nada.
Espero que a onda se passe.
Depois, vem a manhã de outra semana.
Desperto. Pego nos remos e vou pelo mar.
Malha bem fina a rede que lanço.
Encho porão que dê para a semana.
Cada dia uma espécie na brasa.
Uma salada a preceito
Tomate, pimento e cebola,
Em cima da alface.
Regadinha de azeite.
Encho prato de espinhas.
Dá-me a energia total.
E fica barato.
A seguir atiro-me à escrita
Como se fosse uma hiena.
Esmifro meus versos,
Sem piedade nem dó.
Encho o bornal e vou para o correio.
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