terça-feira, 11 de setembro de 2018

Da minha varanda




Nesta varanda bem alta

Nesta minha varanda,
Oiço a cidade correndo,
Parecendo fugir.
Não sei se chora, se ri
Ou se geme.
Enquanto uma cortina luminosa de nuvens, 
Tapa serena, o azul pacato do céu.
Sorriem as janelas das casas.
Enquanto os telhados brilhantes
Dançam a dança macabra,
Clamando a frescura da neve.
Copas altivas oscilam seus ramos ao vento.
Um cortejo incessante de naves 
Vêm de longe, carregadas de gente.
Trazem encontros, negócios, 
Fechados nas malas,
Põem em marcha as peças paradas
Por falta de novas ideias.
Daqui, na minha varanda, 
Simples migalha de gente,
Assisto de graça a um formidável espectáculo,
De sons e de cores,
Nem o negrume da noite o pára…
Berlim, 11 de Setembro de 2018
18h27m
Jlmg

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