segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Subindo o Douro

Subindo o Douro…

Vou subir o Douro, desde o Porto até à Régua.
Ali a pequena praia de Avintes
E seus barquinhos leves de atravessar.
Atravesso os montes rondos a escorrerem, duma e outra margem,
Um ermo cinza,
Sem qualquer história.
Atinjo Paiva e seu castelo.
Onde duas pontes nos abraçam ternurentas.
Vem a seguir Baião, salpicado de fidalgos palacetes e de igrejas.
As termas de Mosteirô onde o comboio, de tão cansado,
Se queda por uns instantes a descansar.
Avanço acima, quando as vinhas verdes, em suaves correrias,
Se inflamam em doce mosto,
No tórrido mês de Agosto.
Ali vem afoito um barco rabelo engalanado a descer,
Vai sem vela,
A corrente o leva, bem ao meio,
desde a Régua até ao Porto.
Seu bojo é um grande odre daquele vinho d’oiro, precioso,
que o sol e a terra, em segredo, tão amoroso, em boa hora conceberam.
Oxalá chegue bem ao seu destino…
Ouvindo Smetana , orquestra filarmónica Cheka
Berlim, 19 de Fevereiro de 2018
16h24m
Jlmg

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