quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Poesia do calcanhar...

Poesia do calcanhar…
É servil e humilde por função.
Ali está. Suportando o corpo na vertical.
Um par. Gémeo. Missão igual.
Ponto de partida e chegada.
Elegante, na marcha.
Se eleva e avança.
Com equilíbrio, pisa e aguenta.
O outro se lança.
Vence a distância.
Aproxima o distante.
Ufano, segue atrás a planta do pé.
Segundo plano.
Que importa?
O que interessa é chegar.
Cisne volante,
Corpo a dançar.
Sente o chão.
Detesta tacões.
Com engenho, arguto,
Se arma de calos, contra as pedras e espinhos da terra.
Se agarra à perna como a quilha dum barco.
Ora, prá frente, ora para trás.
Repousa à sombra, deitado de lado…
Ouvindo “fantasia” em fá menor, de Schubert em piano
Berlim, 15 de Fevereiro de 2018
7h39m
Jlmg

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