terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Nossas unhas...

 
 
 
As nossas unhas...

Gostava que tocassem guitarra as minhas unhas.
Seriam meu tesouro.
Mas não. Apenas me coçam a pele onde o ardor se inflame.
Esgravatam o suor da testa.
E a comichão dos sobrolhos.

Alongam a ponta dos dedos e arranham os inimigos que se me atravanquem.

Têm ligeiras estrias oblongas.
São descuidadas se não cuido delas.
Crescem. Parece não terem mais fim.

Sem elas, nossas mãos seriam barbatanas.
Refinam o bater de nossas palmas.
Ficam bem belas quando em oração.

Alguns dentes as roem como se fossem ratos.
Ao frio, fazem das luvas as suas tocas.
Muito vaidosas e sedutoras as femininas.

E as dos pés, nem é bom falar...

Berlim, 21 de Fevereiro de 2018
8h7m
Jlmg


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