terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Do alcatrão...



Do alcatrão…

Duma fresta do chão, de alcatrão ao sol,
Saíu um botão e do botão cresceu uma flor.

Ali tinha caído uma semente, arrastada pelo vento.
Pensou que iria morrer sem mostrar quem era e chorou.

O sol a encontrou chorando. Se apiedou e disse:
- não chores, pequena. Aqui estás segura e protegida.
Dar-te-ei força. Irás crescer planta.
Em ti, despontará um botão.
Se abrirão dele folhinhas tenras.
As pintarei com cor e, ao som do vento, dançarás ao sol.

A sementinha se sentiu feliz e parou de chorar.
Se recolheu humilde e ficou à espera.
Dormiu a noite.
Ao amanhecer, sem saber como,
Se viu cá fora a mirar o mundo. Sobre uma haste franzina.

O sol raiou. Sentiu calor.
E, sem dar conta, era um botão vermelho
E depois flor…

Berlim, 6 de Fevereiro de 2018
16h25m
Jlmg

Sem comentários:

Enviar um comentário