O dia em que morreu a morte
Estava negra a vida para toda a gente.
Cada vez surgiam mais ataques, de todo o lado.
Regorgitavam cheios os hospitais.
Não tinham mãos a medir as funerárias.
Se repensavam outros espaços para cemitérios.
A incineração seria a solução.
Instalou-se o desânimo.
Para quê viver se a morte é certa.
Até que um dia, aconteceu o inesperado. Inacreditável :
- Morreu a morte.
A humanidade inteira explodiu alegre.
Tudo continuou igual.
Uma certeza:
- ninguém morria.
A doença se curava ou não.
O sofrimento não tinha mais fim.
Caminhar enquanto houver força.
Depois, só com a ajuda ou o abandono.
Num curto espaço de tempo, se esgotou o espaço.
E a Terra virou um formigueiro.
Impossível.
Mil vezes a morte…
Compadecida, ela voltou.
Sem solução.
Berlim, 7 de Outubro de 2017
22h22m
Jlmg
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