sábado, 7 de outubro de 2017

O dia em que morreu a morte

O dia em que morreu a morte

Estava negra a vida para toda a gente.
Cada vez surgiam mais ataques, de todo o lado.

Regorgitavam cheios os hospitais.
Não tinham mãos a medir as funerárias.

Se repensavam outros espaços para cemitérios.
A incineração seria a solução.

Instalou-se o desânimo.
Para quê viver se a morte é certa.

Até que um dia, aconteceu o inesperado. Inacreditável :
-  Morreu a morte.

A humanidade inteira explodiu alegre.

Tudo continuou igual.
Uma certeza:
- ninguém morria.

A doença se curava ou não.
O sofrimento não tinha mais fim.
Caminhar enquanto houver força.
Depois, só com a ajuda ou o abandono.

Num curto espaço de tempo, se esgotou o espaço.
E a Terra virou um formigueiro.
Impossível.
Mil vezes a morte…

Compadecida, ela voltou.
Sem solução.

Berlim, 7 de Outubro de 2017
22h22m
Jlmg

Sem comentários:

Enviar um comentário