quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Cães vadios

Cães vadios…
Não são malditos os cães vadios.
Como mendigos à solta, 
Buscam o pão,
Buscam abrigo.
Até que apareça.
Foi-lhes madrasta a sorte.
Nasceram iguais aos demais.
Às duas-por-três, chegou o abandono.
Restou-lhes a noite e a fome.
Vagueiam sem tino.
Cruzam caminhos. 
Morrem de frio.
Parecem bravios.
Sorriem ao vento.
Brincam também.
Bebem nas poças,
Se as fontes se fecham.
Se entregam devotos
a um dono que passe e os queira.
Mendigos vadios, por desprezo de alguém.
Mereciam viver.
Para isso nasceram e vieram ao mundo.
Berlim, 26 de Outubro de 2017
12h36m
Jlmg

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