segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Confissãodo anoitecer...



Confissão do anoitecer

Escolho a hora última do anoitecer para confessar os meus pecados.
Faço-o, em público, aos pés da Natureza, a mãe de todos.
Através d’Ela, peço perdão aos meus irmãos.

Me sinto rico ao pé de quem tem fome e frio, porque nasceu pobre e nada tem.
Quis ser igual. Contribuindo com seu saber.
Pediu trabalho e ajuda e ninguém lha deu.
Desviei meus olhos. Fiz-me distraído, fingindo não ver a dor de quem tudo perdeu no fim da vida.

Minha voz calou quando se devia erguer contra quem semeou a desgraça, pela razão mesquinha e vil de só querer o poder para poder reinar.

Agora, arrependido, eu choro mas de nada vale…

Berlim, 23 de Outubro de 2017
23h7m
Jlmg



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