Confissão do anoitecer
Escolho a hora última do anoitecer
para confessar os meus pecados.
Faço-o, em público, aos pés da
Natureza, a mãe de todos.
Através d’Ela, peço perdão aos meus
irmãos.
Me sinto rico ao pé de quem tem fome
e frio, porque nasceu pobre e nada tem.
Quis ser igual. Contribuindo com seu
saber.
Pediu trabalho e ajuda e ninguém lha
deu.
Desviei meus olhos. Fiz-me distraído,
fingindo não ver a dor de quem tudo perdeu no fim da vida.
Minha voz calou quando se devia
erguer contra quem semeou a desgraça, pela razão mesquinha e vil de só querer o
poder para poder reinar.
Agora, arrependido, eu choro mas de
nada vale…
Berlim, 23 de Outubro de 2017
23h7m
Jlmg
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