Da cana de um foguete…
Esbelta e seca, com cerca de metro e
meio.
Transporta à popa, pelo céu acima,
Um fogacho em labareda.
Deslumbra o céu.
Depois, revira a pique.
Se crava ao chão e ali fica.
Mas não finda o seu destino.
Há-de aparecer um puto.
Mais contente que um fidalgote.
Se apodera dela e vai.
Já tem tudo que lhe faltava.
A reduz a varas. Cinco ao todo.
As cruza e prende segundo a forma dum
hexágono.
O fio é a corda fina que a cana
tinha.
Um papel de seda, azul.
Cola de goma.
Aquela arte que o pai ensina.
Depois, uma cauda longa,
Com laçadas das sobras.
Se faz ao monte, todo contente.
Onde sopra a brisa.
Dá-lhe um impulso num golpe de fio.
E o papagaio azul, lá vai afoito,
Pelo céu fora.
E fica bailando como uma cana verde.
Numa seara ao vento.
O puto ri…
Berlim, 24 de Outubro de 2017
13h10m
Jlmg
Sem comentários:
Enviar um comentário