terça-feira, 24 de outubro de 2017

Da cana dum foguete



Da cana de um foguete…

Esbelta e seca, com cerca de metro e meio.
Transporta à popa, pelo céu acima,
Um fogacho em labareda.
Deslumbra o céu.

Depois, revira a pique.
Se crava ao chão e ali fica.
Mas não finda o seu destino.
Há-de aparecer um puto.
Mais contente que um fidalgote.
Se apodera dela e vai.

Já tem tudo que lhe faltava.

A reduz a varas. Cinco ao todo.
As cruza e prende segundo a forma dum hexágono.
O fio é a corda fina que a cana tinha.

Um papel de seda, azul.
Cola de goma.

Aquela arte que o pai ensina.

Depois, uma cauda longa,
Com laçadas das sobras.

Se faz ao monte, todo contente.
Onde sopra a brisa.

Dá-lhe um impulso num golpe de fio.
E o papagaio azul, lá vai afoito,
Pelo céu fora.
E fica bailando como uma cana verde.
Numa seara ao vento.
O puto ri…

Berlim, 24 de Outubro de 2017
13h10m
Jlmg


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