Suave milagre...
Que suave milagre!
Um campo lavrado.
A terra brunida,
Pintada de escuro,
Exposta ao sol,
Esperando a semente.
Dá-se a junção.
O grão que dormia
Entra no ventre.
Desponta-lhe o verde.
Irrompe à flor.
Cresce com força,
Alegre e contente.
O campo sorri.
Esbraceja com cor.
Bate-lhe o vento
E baila cantando.
Amarelece-lhe a cor.
Parecendo morrer.
Coberto de espigas.
Esvoaçam pardais,
Cantando com fome.
Enchem o bico...
Muito mais o que sobra.
Eis que, no horizonte,
O são Miguel aparece,
Pronto a colher.
Chegam os carros,
Parecem vapores,
Sulcando no mar.
Enchem o bojo
De centeio maduro.
Abençoado moinho,
Em cima do rio,
Não sobra trabalho,
No inverno que vem.
Lá em casa o forno,
Aquecido ao fogo,
Transforma em broa,
O centeio colhido...
Bar do Edeka, em Berlim, 2 de Maio de 2018
9h50m
Jlmg
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