quarta-feira, 30 de maio de 2018

Os trapos...


Os trapos…

São pedaços de seres que foram vivos.
Luziram nas roupas.
Foram festivos.
O sol e a chuva os desmaiou.
Exangues se despediram do resto e morreram.
A tesoura os ceifou.
Jazem esquecidos no fundo do baú.

Pode ser que venha a tecedeira e os leve na saca.
Entrançados, a golpes da lançadeira, o tear, por magia,
tem o dom de lhes dar outra vida.
Numa manta. Num tapete.
Ou carpete, quem sabe.
Suavizando o inverno.
Ao calor da lareira.

Não deitem fora os trapos,
Ainda podem servir…

Mafra, 30 de Maio de 2018
Jlmg


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