Os trapos…
São pedaços de seres que foram vivos.
Luziram nas roupas.
Foram festivos.
O sol e a chuva os desmaiou.
Exangues se despediram do resto e
morreram.
A tesoura os ceifou.
Jazem esquecidos no fundo do baú.
Pode ser que venha a tecedeira e os
leve na saca.
Entrançados, a golpes da lançadeira,
o tear, por magia,
tem o dom de lhes dar outra vida.
Numa manta. Num tapete.
Ou carpete, quem sabe.
Suavizando o inverno.
Ao calor da lareira.
Não deitem fora os trapos,
Ainda podem servir…
Mafra, 30 de Maio de 2018
Jlmg
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