Flores da calçada…
Por vezes, na secura agreste e
amortalhada das estradas e ruas, irrompem pelos interstícios solitários,
caules verdes com flores.
Sorrindo a quem passa.
Bailando ao vento a valsa doce da alegria.
Lembrando que a felicidade nasce e
vive em todo o lado.
Basta deixá-la nascer e crescer sem
interferências materiais, além da chuva e do amor.
Se ornam de flores os valados dos
caminhos.
Oferecendo companhia grátis aos
caminhantes.
Tornando gratas as passagens pela aridez
do caminhar.
Pendem das árvores os frutos a
baloiçar.
Vida pujante que abunda à mão de
colher, para comer ali ou para levar.
As pedras frias que o chão aperta e
prende, atapetam o nosso andar,
cuidando pela nossa segurança.
Tudo à nossa volta nos abraça se o
deixarmos e lhes entregarmos nossa atenção.
Deixemos as vazias fantasias que
enchem nossa cabeça de quimeras.
Parecem um mar de água mas são só dunas
mortas de areia seca…
Ouvindo “Ave Maria e Una furtiva
lacrima” por um viandante furtivo na rua…
Mafra, 22 de Maio de 2018
8h18m
Jlmg
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