domingo, 27 de setembro de 2015

saturação da Europa

Saturação da Europa
Foi o palco ao centro da grande civilização.
Nos fundos helénicos,
Ao pé do Mediterrâneo,
Floresceram os filósofos
E os mestres da política.
Sócrates,
Aristóteles, Platão
Dominaram as alturas do pensamento.
Homero e Ulisses,
Se armaram de guerreiros
E cantaram suas glórias.
Na península românica,
Infestada de imperadores,
Se instalaram os arquitectos
Dos palácios e das arenas.
Os horácios e os coriácios
Afugentaram a barbárie.
Vergílio eternizou o latim
Com o fulgor da sua Eneida.
Sagrando a Europa como língua.
Vieram as invasões e as Cruzadas.
Tanto sangue se derramou.
Do chão em brasa,
Irromperam castelos e catedrais.
Se espalharam os mosteiros,
Por toda a parte.
Semeando a paz e a fertilidade.
São Bento, o seu padroeiro.
Depois, veio o Napoleão, todo poderoso
E o seu império.
Também ruiu.
E, nas universidades, brilhavam as cátedras dos pensadores.
Dos escolásticos e opositores.
E dos claustros conventuais,
se calou o gregoriano.
Perante as forças do profano.
Outra fogueira que se apagou.
E, para lá dos Pirinéus,
Germinavam fecundos,
Os cavadores e pescadores,
Seduzidos pelos mares.
Foi graças a eles
Que a velha Europa,
Saturada de tanta guerra,
Reverdeceu, se espalhando por todo o mundo…
Berlin, 27 de Setembro de 2015
10h25m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes

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