quarta-feira, 23 de setembro de 2015

À hora das Trindades...

À HORA DAS TRINDADES…

Ao cair da tarde,
À hora do lusco-fusco,
Caíam as sete badaladas sonoras,
Ditando o fim das canseiras.

Recolhia-se o milho da eira.
O gado, regalado do pasto,
Descia suave as encostas
E vinha pela mão dos criados,
Para as cortes à volta do aido.

E as andorinhas em bando,
Voavam rasteiras à estrada.

Cansados das lavras dos campos,
Secando o rosto suado,
Batendo os tamancos no chão,
Vinham da jorna sem fim,
Os servos da gleba,
Pensando na malga de caldo.

Depois da segunda rodada das sete,
Era o sino do meio
Que, em pancadas singelas,
Desfiava a oração das Trindades.

Tudo parava na aldeia.
Toda a gente rezava.
Agradecendo as bênçãos do dia,
Ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo,
Como sempre fizeram os avós…

Berlin, 23 de Setembro de 2015
19h55m

Jlmg

Joaquim Luís Mendes Gomes

Sem comentários:

Enviar um comentário