A minha
varanda de Mafra…
Dá para a
mata, a nascente,
A minha
varanda de Mafra.
Cada dia e
hora,
Diferente.
Depois do
negrume de bosque,
Veia a
aurora em flor.
Cheia de cor
e perfume.
Nasce o sol
em esplendor.
Cobrindo de
luz os interstícios cerrados
Da mata sem
fim.
Chegam os
cavalos de sempre. Felizes.
Alheios ao
mundo.
Cabeças lavadas.
Não ouvem
notícias.
Não vêm TV.
Só pensam
comer.
A natureza e
os donos lho dão.
Cada estação
tem o seu cheiro.
Se veste a
preceito,
Com traje da
moda.
No rigor do
Inverno,
Põe um
chapéu
E usa
cachecol.
Um manto de nuvens
A tapa do
gelo.
Pela encosta
em socalcos,
Desliza abundante
a água das chuvas.
Escrevinhando
nervuras no chão.
Os recados
escondidos
Que a
Primavera vai ler.
Se cobrem de
verde as copas das árvores.
Em festa, voando,
chilreiam as aves.
Até que o
Verão, no seu carro de fogo,
Cobre de
oiro as searas sem fim.
Chamando o
Outono.
Só de
bolotas e ouriços,
Porque outra
fruta não há…
Mafra, 4 de
Setembro de 2015
11h32m
Jlmg
Joaquim Luís
Mendes Gomes
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