sexta-feira, 4 de setembro de 2015

minha varanda de Mafra...



A minha varanda de Mafra…

Dá para a mata, a nascente,
A minha varanda de Mafra.
Cada dia e hora,
Diferente.

Depois do negrume de bosque,
Veia a aurora em flor.
Cheia de cor e perfume.
Nasce o sol em esplendor.
Cobrindo de luz os interstícios cerrados
Da mata sem fim.

Chegam os cavalos de sempre. Felizes.
Alheios ao mundo.
Cabeças lavadas.
Não ouvem notícias.
Não vêm TV.
Só pensam comer.
A natureza e os donos lho dão.

Cada estação tem o seu cheiro.
Se veste a preceito,
Com traje da moda.

No rigor do Inverno,
Põe um chapéu
E usa cachecol.
Um manto de nuvens
A tapa do gelo.

Pela encosta em socalcos,
Desliza abundante a água das chuvas.
Escrevinhando nervuras no chão.
Os recados escondidos
Que a Primavera vai ler.

Se cobrem de verde as copas das árvores.
Em festa, voando, chilreiam as aves.

Até que o Verão, no seu carro de fogo,
Cobre de oiro as searas sem fim.
Chamando o Outono.
Só de bolotas e ouriços,
Porque outra fruta não há…

Mafra, 4 de Setembro de 2015
11h32m

Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes


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