quarta-feira, 24 de abril de 2019

Meu pensamento

Meu pensamento

Monge vadio, meu pensamento,
Ave perdida
Seara de vento,
Emigrou do convento.

Sandálias nos pés.
Vestes pendentes.
Papiro enrolado.
De pena em punho.
Se fez ao caminho.

Vendo o presente.
Ouvindo as ideias,
Lembrando o passado.
Perscrutando o futuro

Claustros herméticos.
O silêncio um sepulcro.
Horizonte sem cores.
Definharam-lhe os sonhos.
Paraíso perdido.

Agora é livre.
Plana no alto.
Alcançando o mundo.
Sem mãos a medir.

O vento o sopra.
Se enche de cores.
Escreve o que sente.
Parece arder.

Por tudo se interessa.
Sente gosto em viver.
A vida é fugaz.
Tão rico o mundo
Não se pode perder.

Têm graça os rios,
De ventre bojudo,
Banhando as margens,
Correndo para o mar.

As aves nos céus
Que voam tão leves,
Vivendo a cantar.

As fontes jorrando,
Sem nunca parar,
Saciando as gentes.

As nuvens no céu,
Com formas bizarras,
Parecem paradas.
Deixam na terra
O que tiram ao mar.

Fico pensando
Que parar é morrer...

Berlim, 24 de Abril de 2019
10h17m
Dia de sol
Jlmg

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