Meu pensamento
Monge vadio, meu pensamento,
Ave perdida
Seara de vento,
Emigrou do convento.
Sandálias nos pés.
Vestes pendentes.
Papiro enrolado.
De pena em punho.
Se fez ao caminho.
Vendo o presente.
Ouvindo as ideias,
Lembrando o passado.
Perscrutando o futuro
Claustros herméticos.
O silêncio um sepulcro.
Horizonte sem cores.
Definharam-lhe os sonhos.
Paraíso perdido.
Agora é livre.
Plana no alto.
Alcançando o mundo.
Sem mãos a medir.
O vento o sopra.
Se enche de cores.
Escreve o que sente.
Parece arder.
Por tudo se interessa.
Sente gosto em viver.
A vida é fugaz.
Tão rico o mundo
Não se pode perder.
Têm graça os rios,
De ventre bojudo,
Banhando as margens,
Correndo para o mar.
As aves nos céus
Que voam tão leves,
Vivendo a cantar.
As fontes jorrando,
Sem nunca parar,
Saciando as gentes.
As nuvens no céu,
Com formas bizarras,
Parecem paradas.
Deixam na terra
O que tiram ao mar.
Fico pensando
Que parar é morrer...
Berlim, 24 de Abril de 2019
10h17m
Dia de sol
Jlmg
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