Nevoeiro em Lisboa
Uma manta espessa cobre o rosto de Lisboa.
O sol adormeceu e se esqueceu de nascer.
As gaivotas apardaladas não enxergam um metro à sua frente.
Roncam as sirenes. Ninguém atravessa o rio.
As ruas entupidas fecham suas portas ao movimento.
Uma paralisia assustadora paira sobre as colinas.
Ninguém sabe se o Castelo ainda lá está.
Os lampiões das avenidas parecem pirilampos.
Os eléctricos colaram-se aos trilhos com medo de avançar.
Já há quem suplique ao Criador que o sol apareça e ponha fim a este inferno de apagão.
Ouvindo Madredeus - O Pastor
Berlim, 7 de Fevereiro de 2019
8h28m
Jlmg
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