Entardecer de Lisboa
Subo ao Castelo para o entardecer de Lisboa.
Pairo como um condor sobre os céus de fogo a esmaecer que cobrem o casario para o descanso da madrugada.
O Tejo é uma avenida larga e refulgente onde vagueiam os cacilheiros, lado a lado e repoisam quedas as embarcações.
Ao fundo, Almada e a colina amuralhada, de costa a pique e o Cristo-Rei a abençoá-la e a ponte em ferro rubro.
De Cacilhas até Montijo ao longe, faíscam as janelas e se alcandoram ao alto, as rubras chaminés das fábricas.
Rentinha às águas, uma ponte se espalha por muitos kilómetros, dum lado ao outro, a perder de vista.
Chega-me, desde o mar distante, um halo a brisa verde que me consola.
A pouco e pouco, vão desmaiando as cores de aguarela da cidade e uma manta leve de silêncio a prepara para o sossego da madrugada.
Ouvindo Carlos Paredes
Berlim, 4 de Fevereiro de 2019
8h22m
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