De bico no chão
Pareço um pião, rombudo,
às voltas, de bico no chão.
Ando e cirando.
Velas ao vento.
Moinho parado no alto do monte.
Não adianta clamar.
A chuva ou vem ou não vem.
Por mais que se reze.
A terra está seca.
Uma sede maluca.
Arde e não seca.
Se não fosse o passado
A dizer como é,
Morria de susto.
Às duas por três,
Rebentam os céus,
Se desfazem em água,
O chão floresce
E a vida retorna.
dia cinzento
Bar "Caracol", arredores de Mafra,
27 de Fevereiro de 2019
9h20m
Jlmg
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