quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Chuvas de Lisboa

Chuvas de Lisboa
Escorrem pelas ruas as águas de Inverno.
Saíram do armário as gabardinas e, sorumbáticos, caminham pelos passeios os guarda-chuvas.
Adeus aos sapatos de tacão alto.
É a altura das solas espessas e dos cachecóis.
Chegou, de vez, o frio e a chuva grossa.
Desertas as esplanadas, ficam a abarrotar de gente os cafés, saboreando suas bicas.
Pendem molhadas as cortinas de plástico sobre os escaparates de revistas e jornais.
Pelos jardins esperam, sozinhos, todos os bancos, pelas horas de sombra seca.
Escorrem cheios dos telhados os beirais e algerozes
E, desvairadas, fazem rios as valetas.
Inconformados com tanta água, só se ouvem lamentos e suspiros pelo chegar da Primavera.
Ouvindo Cantiga do Maio - Carlos Paredes
Berlim, 13 de Fevereiro de 2019
9h9m
Jlmg

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