Não sou marinheiro
Não sou marinheiro mas vivo do mar.
Me cura seu sal.
Me adormece acordado.
Faz-me feliz.
Me põe a sonhar.
Não sou nada sem ele.
Me reviro de dor quando não o oiço bramir.
Companheiro de sempre.
Desde menino a chorar.
Minha Mãe me levava,
ao romper da manhã.
Dois mergulhos gelados
pelas mãos do banheiro.
Garantiam-me rijo
por um ano a viver.
Póvoa de Varzim, que saudades eu tenho.
Do Agosto-Verão, à beira do mar.
Aqueles rochedos medonhos,
revestidos de conchas,
Me guardam segredos,
nas vazias marés.
Mexilhões com fartura.
Nunca mais acabar.
Jantaradas de graça.
Como sabiam a sal.
Nunca fui marinheiro.
Como eu gosto do mar!...
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