Searas ao vento
Bailam serenas, nas searas,
As espigas,
Loiras,
Prenhes de milho.
Dá-lhes o vento suão.
Dançam e dançam sem fim.
Quando chega a hora,
Chegam ceifeiros,
Foicinhas nas mãos,
Cegam-lhes os caules
E tombam no chão.
Recolhidas aos montes,
Abraçadas em feixes,
Fazem montanhas,
Enchem os carros
Que os levam p’rás eiras.
A palha para um lado,
As espigas ao sol.
Ó que fartura o moinho a moer!
Enchem-se os sacos às rimas.
Se amassa a farinha,
Com a água da fonte,
Leveda o fermento,
Acende-se o forno
Com a lenha dos montes,
Ao cabo de horas,
É a fartura,
O milagre do pão…
Ouvindo Maksin Somewhere in Time
Berlim, 21 de Maio de 2017
7h33m
Jlmg
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