Minh’alma nua
Não gosto da linguagem vernácula e
puritana
…que ninguém fala. Só os
pretensiosos,
Cultivadores da imagem
Como os narcisos.
Adoro a espontaneidade dum rio correndo
caudaloso, sem ligar às margens.
Sinuoso. Atrevido.
Aqui encolhe. Ali se estende.
Ao sabor dos seus desejos e apetites.
Invadindo hortas.
Alagando campos.
Deixando neles o viço do seu lastro.
Admiro o cónego nédio a suar no
púlpito,
Com o calor supremo da sua crença.
Vibrando golpes.
Dissipando nuvens.
Pregando aos vivos que se portam
mortos.
Admiro Zaratrusta no auge escancarando
as portas do inferno.
Minha alma, umas vezes noite outras
dia,
Me encanta nua,
Sem qualquer veste que a esconda…
Berlim, 11 de Maio de 2017
15h48m
Jlmg
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