quinta-feira, 11 de maio de 2017

Minha alma nua



Minh’alma nua

Não gosto da linguagem vernácula e puritana
…que ninguém fala. Só os pretensiosos,
Cultivadores da imagem
Como os narcisos.

Adoro a espontaneidade dum rio correndo caudaloso, sem ligar às margens.
Sinuoso. Atrevido.
Aqui encolhe. Ali se estende.
Ao sabor dos seus desejos e apetites.

Invadindo hortas.
Alagando campos.
Deixando neles o viço do seu lastro.

Admiro o cónego nédio a suar no púlpito,
Com o calor supremo da sua crença.
Vibrando golpes.
Dissipando nuvens.
Pregando aos vivos que se portam mortos.

Admiro Zaratrusta no auge escancarando as portas do inferno.

Minha alma, umas vezes noite outras dia,
Me encanta nua,
Sem qualquer veste que a esconda…

Berlim, 11 de Maio de 2017
15h48m

Jlmg



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