terça-feira, 9 de maio de 2017

Meu banco de jardim



Meu banco de jardim

Espera por mim cada manhã.
Ali sento, por uns momentos,
No decurso da caminhada.

Me enriqueço com o que assisto.
O começar do dia.
Sempre diferente.

Naquela hora de se trazer o cão à rua.
Sobrou para mim.

Ia eu pelo passeio, em passadas fortes,
Batendo as canadianas,
Uma em cada punho.
Ao fundo, um alemão latagão,
Largando fumo.
Um canzarrão ao lado.
Se desprende e vem a correr direito a mim.
Meus poucos cabelos se eriçaram.
- Estou feito!...
Ai que vou ter de usar minhas canadianas!

Convencido de que de nada serviriam.

Olhei pró dono. Estava aflito.
Bem gritava:
Herkommen! Kome da!
Ainda mais galgava.

- Santo António! Exclamei cá dentro.

E não é que ele especou…a uns cinco metros!

Porquê?
O dono chegou. Agarrou pela coleira o cão.
E, pasme-se…nem um gesto esboçou a pedir desculpa!
O que não estranhei…

Berlim, 9 de Maio de 2017
15h35m
Jlmg






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