Meu banco de jardim
Espera por mim cada manhã.
Ali sento, por uns momentos,
No decurso da caminhada.
Me enriqueço com o que assisto.
O começar do dia.
Sempre diferente.
Naquela hora de se trazer o cão à
rua.
Sobrou para mim.
Ia eu pelo passeio, em passadas
fortes,
Batendo as canadianas,
Uma em cada punho.
Ao fundo, um alemão latagão,
Largando fumo.
Um canzarrão ao lado.
Se desprende e vem a correr direito a
mim.
Meus poucos cabelos se eriçaram.
- Estou feito!...
Ai que vou ter de usar minhas
canadianas!
Convencido de que de nada serviriam.
Olhei pró dono. Estava aflito.
Bem gritava:
Herkommen! Kome da!
Ainda mais galgava.
- Santo António! Exclamei cá dentro.
E não é que ele especou…a uns cinco
metros!
Porquê?
O dono chegou. Agarrou pela coleira o
cão.
E, pasme-se…nem um gesto esboçou a
pedir desculpa!
O que não estranhei…
Berlim, 9 de Maio de 2017
15h35m
Jlmg
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