domingo, 7 de maio de 2017

Aldeia de pássaros


No meio de montes,
Secos, cheios de ondas e vales,
Implantou-se uma aldeia,
Toda de pedras.
Granito pesado.
Cinzento e lavado das chuvas.

Só as telhas são barro.
Toscas lajes graníticas,
Estendidas, fazem caminhos.

Coitados dos carros de bois.
Taipais carregados de húmus
E estrume,
Saltitam nas pedras,
Estremecem e largam rastos
Que fumegam no chão.

Se alegram os pássaros.
Esvoaçam.
Chegam em bando.
Poisam. Sacodem as asas
E aguçam os bicos.

Seus olhitos reluzem.
Tanta fartura.
Toda de graça.

Enquanto comem ali,
Sossegam nos campos as sementeiras de trigo.
Fornalha de pão.

É a lei do equilíbrio que reina
Naquela aldeia de pássaros,
Toda de pedra…

Ouvindo “Glória” de Haendel e Vivaldi

Berlim, 7 de Maio de 2017
9h06m
Jlmg

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