Mandei calar minha voz...
Se soltou em desatino.
Briguenta e inclemente.
Vociferando em alta voz
Contra tudo.
Nunca a tinha ouvido assim.
Sempre foi branda e suave.
Compreendendo tudo
E condescendendo.
Mas veio um dia.
Uma erupção vesuviana
Se desfez em lava,
Ácida e mordaz.
Corrosiva e abrasadora.
Vinha de dentro.
Tudo à volta estava ameaçado.
Soltei-lhe um grito.
Estarrecedor.
Ela calou.
Ficou sem forma.
Fiquei atónito.
Esperei.
Momentos depois ela falou.
- Estava cansada de te ouvir a ti
e de ser esquecida.
Como um senhor e rei.
Só tu no mundo.
Não resisti.
Dei-lhe razão.
Daí em diante, passei a ouvi-la...
Remédio santo.
Berlim, 31 de Outubro de 2016
20h13m
JLMG
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