Pairam no ar as mesmas sonoras deste bar de Mafra.
Lembranças esquecidas dos anos quarenta, cinquenta.
Cinzentas na sua cor. Fingidas de amor inexistente.
Quando a aparência era a rainha e a verdade jazia adormecida.
Era o cantar dolente da telefonia e da TVê incipiente.
Foi preciso a agitação das guerras para sacudir o pó das melodias.
Desventrar a realidade em toadas cruas,
Apelando às consciências.
Depois, tudo descambou em ruídos e ritmos desconexos, sobre os palcos.
Onde as multidões se laburdeiam de secura e aridês.
É o reinado da guitarra eléctrica e das baterias desordenadas.
Onde pululam cantores de vozes esganiçadas e os gestos de heróis que nunca foram à guerra.
Bar Castelão em Mafra, 15 de Março de 2019
8h22m
Dia de sol e bom tempo para voar
Jlmg
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