Os cantos do mundo
Corri os cantos do mundo em busca de poesia.
Tudo seco e arrasado.
Um deserto.
Onde os prados de boninas e as serras vestidas de urzes, em majestade?
E as planuras extensas, loiras, com o pão de oiro a fermentar?
Já não há rios. Dos mais pequenos.
Corriam alegres como gamos, pelas ladeiras.
Andam tristes as crianças. Perderam aquele viço travesso que lhes dava a natureza.
Agora, é só jogos virtuais nas tabletes. Queimam tempo e nada ensinam.
Vivem alheios à Natureza
Que tudo ensina e tudo dá.
Na ignorância.
Recebem tudo feito e embalado. No supermercado.
Como germina uma semente e nasce uma flor?
Ninguém repara no nascer do sol.
E o pôr não tem ninguém a despedir-se...
Bar Castelão, em Mafra, 5 de Março de 2019
9h50m
dia cinzento e molhado
Jlmg
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