O ribeiro de minha varanda…
Há um ribeiro sonoro
Que corre constante,
Debaixo da minha varanda.
Ramagens frondosas nas bermas,
Cascatas de carros,
Fluindo sem fim,
De dia e de noite.
Com passarinhos e corvos,
Grudados nos beirais dos vizinhos.
Em vez de peixinhos e barcos,
Andam e cirando,
Cortejos de rodas.
Chiam na estrada,
Seca ou molhada.
Apitam frenéticas,
Em contra-relógio.
Uns são maléficos,
Por vezes piratas,
Muitas bondosos,
Socorrem doentes.
Cerro-lhes as janelas e portas.
Atrevidos, ferem os tímpanos,
Mordem a alma.
Que bom que seria,
Se em vez doida carreira,
Houvesse um rio a valer,
Ou um canal de Veneza,
Com gôndolas ou
Os moliceiros de Aveiro,
Pintados às cores…
Berlim, 6 de Fevereiro de 2017
5h23m
Noite cerrada
Jlmg
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