terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Amar as distâncias...

Amar as distâncias…

Detesto as distâncias milimétricas da proximidade.
Onde não sobressaem as diferenças e os tons.
Onde não há espaço vital para o eco de um grito.
E onde impera a lei da divisão e do esquecimento.

Prefiro os longes, para lá das serras e obstáculos.
Aonde só chegam os caminhos da dificuldade.
Aí está o império dos sonhos que construímos.
Neles vive só quem tem o dom insaciável da ambição.
Permanecer preso ao torrão do nascimento
É perder a maior parte do universo.
É gastar a vida como borboleta,
Para quem uma jardim apenas
Basta e ainda sobeja.
Desvendar o mundo
Parece ser o desafio mais natural
Para quem só tem o mar à sua frente
Como barreira.

Berlim, 7 de Fevereiro de 2017
18h01m
Jlmg

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