Graves vozes majestáticas...
Ó graves vozes majestáticas
que deslumbrais o mundo
com vossos juizos clarividentes,
descei, de vez, desses vossos pedestais
e mergulhem, de corpo e alma,
no tormentoso mar da realidade.
Há multidões de meninos nus, esquálidos,
por esse mundo,
a pedirem pão a seus pais famintos,
enquanto, uma horda de boçais,
chafurda cega e louca,
na vil lama da riqueza.
Há multidões de gente pacífica e inocente
que se vê escorraçada ou morta
da terra onde nasceram
por causa da asquerosa cobiça da xicória do seu petróleo.
Desçam à terra ou se destronem
todas as legiões de magnatas
que só semeiam a exploração dos servos
e espoliados,
para viverem na opulência.
Se toldem os céus de negrume
e se estiolem de vergonha
todos esses aerópagos do poder
onde fermentam os verdadeiros poços de desgraça.
Ouvindo Grieg
Berlim, 9 de Fevereiro de 2017
9h19m
Jlmg
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