sexta-feira, 19 de setembro de 2014

pó e secura...

Pó e secura…

A secura, seja qual for,
No corpo ou na alma,
Levanta o pó.

Ardem os olhos,
Impede de ver.
Seca a boca.

E o ar que chega lá dentro
Não dá para viver.

Com o vento a soprar,
Se levanta do chão,
Impede de ver
por onde vai o caminho.

Se há abismo ao lado.

Quem vem contra nós.

Gera distância.
A ausência aparece
E a memória se vai.

Cobre de sombras,
Arrefece o calor
Vem escuridão.
Tudo se esvai.

Se a chuva cai,
Se enlameiam os pés,
Se sujam as mãos.
E tudo em que tocam
Fica feio e sem graça.

Seca o sorriso nos rostos,
Vem a tristeza,
E o negrume das nuvens
Tolda o céu,
Cobre de noite,
Por fora e por dentro…

Morre o amor
E a vida também.

Ouvindo concierto Aranguez, Joaquim Rodrigo,
Recuerdos de la Alhambra

A noite se despede…

Pedra Maria, 20 de Setembro de 2014,
6h31m
em casa da minha irmã

Joaquim Luís Mendes Gomes

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