terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Apegado à vida...

Apegado à vida...

Surgi no mundo sem saber
quem sou, donde venho
e para quê.

Fui crescendo e olhando em redor.
Gostei tanto e cada vez mais.
Aquele Pai e aquela Mãe
me cuidavam, com tanto desvelo,
tudo me davam,
eram divinos.
A minha irmã, de olhos brilhantes,
sempre a brincar.
Os meus primos todos e tios
e os meus vizinhos.
Uma família, tão alargada,
de portas abertas.

A humanidade inteira só podia ser assim, também.

É tão bom viver.
Me apeguei à vida com tanta força.
Me sinto colado a ela,
como unha e carne.

Dou topadas.
Às vezes sangro,
mas tudo sara.
E eu prossigo, parece eterno.
Como me engano!

Tantos partiram
dos que me embalaram.
Meus pais e avós,
irmãos, amigos da escola
e tantos mais...
São só lembrança!

Se nada mais houvesse
para além da morte,
o ter nascido,
para todos nós?...

Maior desgraça
não poderia haver...

Berlim, 7 de Dezembro de 2016
7h37m

JLMG

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