Apegado à vida...
Surgi no mundo sem saber
quem sou, donde venho
e para quê.
Fui crescendo e olhando em redor.
Gostei tanto e cada vez mais.
Aquele Pai e aquela Mãe
me cuidavam, com tanto desvelo,
tudo me davam,
eram divinos.
A minha irmã, de olhos brilhantes,
sempre a brincar.
Os meus primos todos e tios
e os meus vizinhos.
Uma família, tão alargada,
de portas abertas.
A humanidade inteira só podia ser assim, também.
É tão bom viver.
Me apeguei à vida com tanta força.
Me sinto colado a ela,
como unha e carne.
Dou topadas.
Às vezes sangro,
mas tudo sara.
E eu prossigo, parece eterno.
Como me engano!
Tantos partiram
dos que me embalaram.
Meus pais e avós,
irmãos, amigos da escola
e tantos mais...
São só lembrança!
Se nada mais houvesse
para além da morte,
o ter nascido,
para todos nós?...
Maior desgraça
não poderia haver...
Berlim, 7 de Dezembro de 2016
7h37m
JLMG
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