quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

A apatia...

A apatia...

Convida a ficar quieto
Esta apatia matinal.
Reagir.
Pegar nos pés e dar uma caminhada.
O ar fresco.
A vida em curso.

O canito branco, preso a uma trela
Que se recusa a dar mais um passo
Num cruzamento.

A moça a fumar enquanto espera
e dedilha o fone.
E a senhora bem maquilhada.
Lá vai altiva na sua cadeira
De duas rodas.

Tudo é a vida em movimento.
Nada estático.

Até o ramo da silva em arco
Que pende sobre o passeio
Me afugenta e eu respeito.

O mesmo caminho da caminhada.
Se insurge e não quer que eu vá.
Mas vou, sem o encurtar.

O corpo aquece.
E eu espevito.
Aqui quem manda é minha vontade.

Regresso a casa.
Me sento à mesa.
Foi-se a apatia
E a nuvem espessa...

Berlim, 29 de Dezembro de 2016
8h49m

Jlmg


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