Meu chapéu de palha...
Comprei um chapéu de palha na feira dos "vinte e três".
Era meu sonho de criança.
Com os dez tostões que me deu
o meu padrinho.
Olhei ao espelho e me gostei de ver.
Me fazia um ar sério.
Metia respeito.
Parecia d'homem...
Encaixava bem na minha cabeça.
Resistia ao vento.
Nem precisava de laço.
Nunca mais o larguei.
Chegado o verão,
levei-o para a praia.
Póvoa do Varzim.
Depois do banho,
deitei-me na areia,
a secar ao sol
e o chapéu ao lado.
Confiei no mar,
mesmo à beirinha,
atrás de mim.
O que fui fazer!...
Traiçoeira onda
mo roubou para sempre...
Berlim, 26 de Abril de 2016
17h 6m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
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