sábado, 16 de abril de 2016

A moda dos pára-quedas…
Subi a um desfiladeiro muito íngreme,
E abri as asas do meu pára-quedas.
Atirei-me à sorte para o abismo à minha frente.
Minha vida já estava suspensa.
Ficou só presa por um fio.
Leve e sublime,
Vagueei, rodopiei,
Como um condor,
Dominando inatacável e indiferente
Os desacatos mesquinhos
Da superfície da crosta terrestre,
Lá bem no fundo.
Desapareceram as pedras e os pedregulhos.
Que atolam a humanidade.
Só via um rio manso,
Tão calado,
Riscando o chão,
Como uma serpente
Ao sol.
Uma lufada vibrante
Pegou em mim,
Levou-me ao céu,
Ao pé dos anjos,
Na sua hora de recreio.
Juntei-me a eles…
Ficaram espantados
Como lá cheguei
Com aquele aparato leve de pano.
Às cores…
Até Deus mirou!..
.
Que grande festa!
Assim pegou nos céus,
A moda dos pára-quedas!...
Ouvindo Sibéllius
Mafra, 16 de Abril de 2015
5h34m
Joaquim Luís Mendes Gomes

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