Cama de lavado
Que bom dormir sereno e aconchegado numa cama de lavado.
Nâo importa, se de estopa ou de linho, os lençóis.
Uma manta de lã serrana.
Ouvir bater a chuva nas vidraças da janela.
Sentir o vento a cirandar de telha em telha a ver se entra por uma fresta.
E, se calha trovejar, chamar o São Jerónimo, advogado das trovoadas.
Nunca perdeu uma causa.
Acordar pela manhãzinha e ouvir o alegre cantar da passarada, como se não tivesse havido nada.
Abrir a porta da rua e dar alegre os bons dias a quem por ali passa.
Sentir que a noite foi a mais bela invenção cujo autor pediu para não dizer quem era.
Mafra, 2 de Julho de 2019
18h34m
Jlmg
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