Contas de cabeça
Para quê as tábuas de Arquimedes
e as tabletes digitais da nossa era,
os algoritmos fenomenais dos astronautas,
os caderninhos sujos de capas pretas dos calotes das mercearias,
dos saltérios de notas pretas que dão o norte das orquestras,
para quê os cálculos matemáticos que reduzem tudo à expressão mais simples,
e o astrolábio de Galileu que revelou ao mundo o que todos sabem,
para quê a árvore das patacas se é mais fácil ir ao banco,
e os votos nulos da democracia, se quem governa é sempre o capital,
e as memórias dos mortos que já viveram e bem sabiam que, um dia à sorte, iam morrer,
Para quê os raios das trovoadas se quem mete medo é o trovão
e tudo o mais que se sabe de cor e salteado sem mestre ou ir à escola,
Basta fechar os olhos e pôr a nossa mente em marcha:
dois mais dois são quatro, noves fora, nada...
Berlim, 30 de Agosto de 2018
11h38m
Jlmg
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