O cargueiro gigante
Ferrou-se em ferro à doca,
com unhas e dentes,
tentando levá-la.
Insano! Em vão.
Por que ele puxe,
se afunda no rio
que manda na doca.
Ali jaz dromedário.
Alapado.
Lhe enchem o bojo.
Atestam.
Sem um simples gemido.
Na hora exacta,
Desprendem-lhe as cordas.
Aceleram-lhe as máquinas.
Ateiam-lhe a hélice
E ele range e rumina com raiva
Na profundeza das águas.
Lento e pesado se desliga da doca.
Faz-se ao rio
E, navio sem velas,
Segue para o mar,
Cumprindo a rota...
Berlim, 27 de Novembro de 2016
9h18m
JLMG
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