domingo, 27 de novembro de 2016

Cargueiro gigante...

O cargueiro gigante

Ferrou-se em ferro à doca,
com unhas e dentes,
tentando levá-la.

Insano! Em vão.

Por que ele puxe,
se afunda no rio
que manda na doca.

Ali jaz dromedário.
Alapado.
Lhe enchem o bojo.
Atestam.
Sem um simples gemido.

Na hora exacta,
Desprendem-lhe as cordas.
Aceleram-lhe as máquinas.
Ateiam-lhe a hélice
E ele range e rumina com raiva
Na profundeza das águas.

Lento e pesado se desliga da doca.
Faz-se ao rio
E, navio sem velas,
Segue para o mar,
Cumprindo a rota...

Berlim, 27 de Novembro de 2016
9h18m

JLMG











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