domingo, 1 de março de 2015

sopro de piano...

sopro de piano...
basta um breve sopro de piano,
das mãos de Lang Lang,
a vibrar Liszt,
para se acender a chama
e irromperem labaredas,
no meu espírito...
vulcão latente,
em toda a gente,
o nosso baú,
com nossas pérolas.
lá se vão somando,
das horas doiradas,
dos nossos dias.
não se esvaem,
nuvens de fumo.
folhas caídas.
são nosso celeiro,
nossas reservas.
como as formigas.
quando há festa,
vem um amigo,
arranja-se a mesa,
com iguarias.
o melhor que temos.
vai-se ao presunto.
mais um chouriço.
vinho da pipa.
broa caseira.
acende a alegria.
brilham os olhos.
se inebriam as almas.
se matam saudades.
se esquecem os males.
nasce a riqueza.
moeda de troca
no giro da vida.
e a que sobra fica guardada...
Berlin, 2 de Março de 2015
7h54m
dia de chuva
décimo quinto poema da nova casa
Joaquim Luís Mendes Gomes

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