Pedra diferente
Em cima da prateleira, na sala, está uma pedra diferente.
É tosca, enrugada de brilhos com cores.
Meu neto João, ainda menino, apanhou na praia de Roses em Espanha.
Nunca mais a largou.
Ali a poisei.
De vez em quando, me lembro e olho para ela.
O neto cresceu.
Quase preparado para a luta da vida.
Ela continua igual.
Inerte e, aparentemente, sem alma.
A saudade a envolve, como uma manta, doce e suave que guarda o passado.
Neste caso, doirado.
Como o saudoso verão em que foi apanhada.
Ouvindo Maria Bethânia declama Fernando Pessoa e cantando O doce mistério da vida
Mafra, 22 de Março de 2020
16h15m
Jlmg
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