segunda-feira, 16 de março de 2020

Mudam os tempos
Não há muito, os rapazes, bem aprumados, de terno e gravata.
Cheirando a perfume,
Barba e cabelo impecáveis no corte.
Passeavam à frente das casas.
Faziam a côrte às moças
Que se escondiam interessadas,
Por trás das cortinas.
Por vezes, vinham cá fora.
Fingiam-se alheias,
Como se fossem às compras.
E, pelo canto do olho,
Viam discretas,
Se eram seguidas.
Ficavam contentes se ouviam piropos.
Abrandavam os passos se o coração as mandava.
Por vezes, era assim o começo dum sonho de sonho que duraria uma vida.
Hoje, vorazes, são elas que se atiram a eles como se fossem rapina…

Mafra, 13 de Março de 2020
17h39m
Jlmg

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