terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Poesia do amanhecer




Poesia do amanhecer

Suave claridade desponta e vai crescendo, como um manto diáfano de luz, cobrindo as casas e o arvoredo.
Brotam das chaminés rolos de fumo branco do calor que semearam no interior das famílias ainda dormentes.
Rangem de gelo as telhas negras do casario maldizendo sua sorte protectora, à custa de calafrios.

As hastes negras e engrenhadas do arvoredo se perfilam ao alto, esperando o calor do sol quase a nascer.
Clarões descem lentos do céu em direcção ao aeroporto com centenas de mortais de cinto apertado, à cautela, não vá o diabo tecê-las.
É a hora em que, pujante, desperta a vida na cidade para a luta irrecusável de mais um dia de labor…

Ouvindo Schubert

Berlim, 3 de Dezembro de 2019
8h24m
Jlmg


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