Poesia do amanhecer
Suave claridade desponta e vai
crescendo, como um manto diáfano de luz, cobrindo as casas e o arvoredo.
Brotam das chaminés rolos de fumo
branco do calor que semearam no interior das famílias ainda dormentes.
Rangem de gelo as telhas negras do
casario maldizendo sua sorte protectora, à custa de calafrios.
As hastes negras e engrenhadas do
arvoredo se perfilam ao alto, esperando o calor do sol quase a nascer.
Clarões descem lentos do céu em
direcção ao aeroporto com centenas de mortais de cinto apertado, à cautela, não
vá o diabo tecê-las.
É a hora em que, pujante, desperta a
vida na cidade para a luta irrecusável de mais um dia de labor…
Ouvindo Schubert
Berlim, 3 de Dezembro de 2019
8h24m
Jlmg
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