Enxame de silhuetas
Fugiu de mim um enxame de silhuetas.
Sobranceiro à Mata, me surgiu envolta
numa manta espessa de nevoeiro cinza.
De repente, como de um balão, emergiu
no céu um círculo, ardendo em fogo.
Uma chuva densa de silhuetas escorria
dele, sobre o arvoredo dormente.
Desgrenhadas as suas copas extremas descreviam
linhas sobre o céu sem cor.
Pela encosta, acordavam árvores
esparsas, resistindo à luz.
E, um a um, em cortejo lento, vinham
os cavalos em direcção ao açafate gigante de palha seca.
O muro alto que cerca a Mata, da rua
em frente,
Nega a quem nela passa, este
espectáculo belo que daqui eu vejo…
Mafra, 3 de Julho de 2018
7h25m
Jlmg
Sem comentários:
Enviar um comentário