segunda-feira, 2 de julho de 2018

Enxame de silhuetas


Enxame de silhuetas

Fugiu de mim um enxame de silhuetas.
Sobranceiro à Mata, me surgiu envolta numa manta espessa de nevoeiro cinza.

De repente, como de um balão, emergiu no céu um círculo, ardendo em fogo.

Uma chuva densa de silhuetas escorria dele, sobre o arvoredo dormente.

Desgrenhadas as suas copas extremas descreviam linhas sobre o céu sem cor.
Pela encosta, acordavam árvores esparsas, resistindo à luz.

E, um a um, em cortejo lento, vinham os cavalos em direcção ao açafate gigante de palha seca.

O muro alto que cerca a Mata, da rua em frente,
Nega a quem nela passa, este espectáculo belo que daqui eu vejo…

Mafra, 3 de Julho de 2018
7h25m
Jlmg


Sem comentários:

Enviar um comentário